
Bem, mas voltando ao filme, ele monta um paralelo entre as histórias de 4 palestinos, Shafiq Shmaissi, Nagi Merhi, Fatima Fatayer e Jaber Abu Hawash, que vivem refugiados na cidade de Tyr, no Sul do Líbano. Durante todo o documentário, o diretor explicita o cotidiano de risco e dúvidas que essas pessoas enfrentam. Uma das maiores dificuldades, depois da fome, claro, é a questão do visto para permanência no país. Diante de uma vida anônima, eles se perguntam se não seria uma boa opção tentar a vida em outro lugar; a exemplo do que fizeram alguns de seus parentes os quais foram para a Alemanha. No entanto, o desenrolar da trama deixa claro que a sorte de sair do anonimato nesse país europeu é privilégio de poucos, assim como ocorre no Líbano. O filme termina com o último depoimento de uma senhora palestina, no qual ela faz um comentário, sussurando algo parecido com: "viver pra quê? (silêncio) O que é o futuro? Não existe mais esperança.".
Os dados ratificam a necessidade de se encontrar uma resposta para essa situação. Segundo entrevista concedida à Agência Brasil pela pesquisadora e integrante do Instituto de Cultura Árabe, Arlene Clemesha, a população palestina refugiada corresponde a um terço de todos os refugiados do mundo todo. Um terço! Apesar deste número ser absurdo, é, realmente, mais importante pra mídia ocupar o tempo do jornal televisivo com temas como eleição norte-americana e overdoses da crise financeira mundial. O papel explicativo e educativo do jornalismo vai, nesta altura do campeonato, para as cucuias.
Só para apimentar a discussão: uma pesquisa revelou que a maior parte das pessoas não entende bem o que significa o conflito na Palestina e acham que se trata de dois países independentes, Palestina e Israel, disputando uma região de fronteira. Ou seja, não sabem bulhufas!
E, então, fica a velha dúvida: a mídia não mostra (da forma que deveria) os conflitos por que o telespectador não quer ver, ou o telespectador não quer ver por que a mídia não incentiva?
Finalmente, é bom retornar ao início para uma reflexão: no dia 9 de outubro de 2008, sala da Caixa Cultura, exibição do Refugiados para Sempre, havia pouco mais de 10 espectadores...
4 comentários:
É uma pena filmes desta natureza não alcançarem nem 1/3 da audiência merecida!
Olá eliane, primeira vez no seu blog e logo de cara já gostei.kkkkkkk
Infelizmente a mídia hoje em dia está mais interessado em divulgar filmes de pancadaria, que diga-se de passagem de vez enquando é bom de assistir, do que grandes histórias, como esta a qual você se refere.
Fico triste, pois como gosto de cinema, deixo de ver possíveis grandes filmes, pelo simples fato de não ter qualquer divulgação.
Parabéns pelo blog Eliane e depois passe no meu hein !!!!!!!
Beijos Thiago.
Hummm... gosto de filmes assim... vou ver se acho pra assistir!!!
Bjsss e parabéns pelo blog!! Trate de atualizá-lo tb!!! kkkkk
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